terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vagina - Etmologia


Até o século 16, não havia nome culto para órgão genital feminino. O homem como imagem e semelhança de Deus, era a matriz anatômica do Gênesis. A mulher era sua cópia piorada, veio da costela e o levou à perdição. Como criatura de Deus, tem de ter os mesmos órgãos do homem, mas, como ser inferior, ela os têm mal desenvolvidos, para dentro.


Parteiras, médicos e anatomistas acreditavam no sexo único. A mulher tinha pênis (vagina), prepúcio (os lábios), testículos (ovários) e escroto (útero). “Aidoion” (pênis) era usado por Aristóteles no plural “aidoia” como equivalente do latim “pudenda” (genitais de mulher e homem). “Koleión” ou “koleos” (colhão) era sinônimo de “vagina”. A confusão entre lábios e prepúcio data do século 10.

Por mera falta de necessidade, os elitizados “vagina”, “vulva”, “ovário” e “útero” tinham outros usos até o século 17. Vagina era “bainha de espada”, vulva era “porta de vai-vem”, ovário era a região das aves que produzia ovos e útero era “barriga”, valia tanto para homem como mulher .

“Vagina” é a versão culta do hábito de associar a genitália feminina (ou a própria mulher) a recipientes para o membro masculino, como bolsas, caixas, sacolas e vasilhas mas também está associado a vagem porque dentro da vagem está a semente. “Boceta” é termo pré-romano para caixa de uma madeira muito comum entre os celtas. “Quenga” é africano, a vasilha de coco em que os bantos de Angola comiam nas senzalas. “Bruaca” vem do castelhano “bolsa de mendigo ou peregrino” (“prostituta” ou “mulher velha”). “Cabaço” é associado à cabaça, vasilha, como se fosse o tampo da vasilha ou a própria vasilha.

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